domingo, 2 de dezembro de 2007

1º de dezembro: DIA MUNDIAL DE LUTA CONTRA A AIDS


A IGREJA E A CAMISINHA

Os dirigentes da Igreja Católica têm a receita infalível para acabar com a Aids: sexo, só depois do casamento e nunca fora dele! Por isso são contrários ao uso da camisinha mesmo diante de uma epidemia, como declarou em Indaiatuba o enviado do papa, monsenhor Javier Lozano.

Já o padre Valeriano Paitoni, que administra três casas para portadores do HIV na zona norte de São Paulo, prega a distribuição de preservativos para os que não podem comprá-los. "Se o preservativo protege a vida, não há como encará-lo como um mal", disse ele à Folha.

O superior imediato do padre Valeriano, apoiado por Dom Eugênio Salles, arcebispo do Rio de Janeiro, não gostou nem um pouco da declaração e publicou nota mal-humorada condenando o comportamento do pároco. Nela, considerou "inaceitável a atitude do Padre Valeriano" e, no final, concluiu: "Fui obrigado, com sincera dor, por tratar-se de um irmão na fé e no sacerdócio, a publicar esta nota de repúdio como tentativa de correção fraterna, a qual não exclui outras providências administrativas e pastorais cabíveis para corrigir essa lamentável situação".

Está evidente uma divisão na igreja: a maioria dos padres que se dedicam ao trabalho comunitário é favorável ao preservativo, enquanto seus chefes não arredam pé da posição contrária.

Que diferença faz isso para a disseminação da epidemia de Aids? Faz muita. Não porque homens e mulheres que já usam preservativo venham deixar de fazê-lo apenas porque a igreja manda, mas pela tradicional influência política que ela exerce sobre os dirigentes brasileiros: qualquer prefeito precisa pensar duas vezes para contrariar o padre e dez para ir contra a vontade do bispo.

Se examinarmos a questão da camisinha do ponto de vista da saúde pública, não há o que discutir: todos os estudos publicados demonstram que quanto mais preservativos são distribuídos à população, menor o número de mortes por Aids.

Se não há como contestar essa evidência científica, por que insistir na posição oposta, mesmo sabendo que mais gente vai morrer? Talvez porque a cúpula da igreja, tão empenhada em fixar a mesma regra de conduta para toda a humanidade, tenha esquecido de que casamento respeitoso com atração sexual mútua e persistente por anos e anos é privilégio de poucos.

Ou, talvez, porque bispos e cardeais, há muito apartados de seus rebanhos, não levem em conta que há homens casados que vão à zona de meretrício; que há meninas adolescentes que passam mal quando vêem um homem bonito; que há rapazes de 17 anos que não perdoam nem poste vestido de saia; e que desde a remota Antiguidade existe uma minoria de homens que nunca achou graça em mulher.

Se não for por essas razões, então será porque a preocupação de "suas santidades" paira acima das misérias terrenas. Gemei e chorai neste vale de lágrimas, que vosso será o reino do céu! De fato, o que é o sofrimento na Terra comparado à eternidade do Paraíso?

O mercado brasileiro de preservativos não chega a 150 milhões de unidades por ano. Somos 170 milhões de brasileiros, 30% dos quais mulheres em idade fértil (cerca de 50 milhões). Se apenas elas tivessem vida sexual ativa, teriam direito a 3 camisinhas por ano cada uma. No meio de uma epidemia traiçoeira como a de Aids num país com o nível de escolaridade do nosso, toda iniciativa destinada a combater o uso do preservativo é crime contra a saúde do povo.

Dele, as futuras gerações de sacerdotes se envergonharão e provavelmente pedirão desculpas. Como o fizeram recentemente em memória às pessoas torturadas ou queimadas vivas em praça pública, nos quase 400 anos de Inquisição. Ou como aconteceu com o apoio irrestrito prestado à escravização de índios e de negros. É pena que a humildade para reconhecer erros tão graves costume demorar séculos, no caso da Igreja Católica. Até lá, muita gente terá sofrido e morrido por causa de uma doença sexualmente transmissível fácil de prevenir: basta não compartilhar sangue e proteger os genitais com camisinha durante a relação sexual.

Drauzio Varella

********************************************
Enquanto a Aids, que já matou mais de 25 milhões de pessoas desde sua aparição, continua matando, o papa faz biquinho e acha ruim o uso de camisinha. Tenha Dó!

7 comentários:

cassiosvaldo disse...

Eu sou contra o cigarro, mas sou do movimento "Faça o que digo e não faça o que eu faço" pois eu FUMO :///////////////////

Igreja para mim, é mais uma forma de alienação, de corroer mentes e de preconceito!
Para que fechar pessoas num grupo e adorar um deus falso que deixou Aids e Cãncer para seus filhos, e o peor, se matar por religião!!
Que coisa imbecil, putamerda!

Num futuro não tão distante, em que eu ter algum cargo em que pessoas me ouvirão por vontade própria, eu quero falar sobre isso...
Por que não inventar uma religião centra não em um Deus mas em ÉTICA + SINCERIDADE + HONESTIDADE?
Isso é minha religião, os meus valores e minha crença!

falei demais já ejhhe

beijo.

Johnny M. disse...

Contrariamente ao Dr. Drauzio - que é ateu, assim como eu - , não creio que a posição da igreja contra o uso da camisinha influencie. Se a Igreja tivesse tamanha influência, não se faria tanto sexo, já que a Igreja prega pela abstinência. Eu encaro a posição da Igreja como uma realidade história, pois ela sempre esteve na contramão dos acontecimentos. Agora não seria diferente. O que ajuda a aumentar o número de casos de AIDS, não é o Papa falando contra a camisinha, mas garotos e garotas transando sem camisinha, mesmo tendo toda a informação possível.

Brasília disse...

o melhor do post sao as fotos, adoreiiii.

Anônimo disse...

meus caros, qualquer pessoa que tenha um pouco de inteligência sabe que a liberação da camisinha é um ato contra os valores éticos, qualquer um também que conheça um pouco que seja da Sagrada Escritura conhece o mandamento "Não pecar contra a castidade", se a sociedade "evoluída" prega uma atitude sem vergonha de traição, a Igreja Católica não tem culpa. Basta as pessoas criarem vergonha na cara e tratarem o sexo como uma atitude abençoada por Deus doqual ele nos cria. Deus os abençoe

Anônimo disse...

Sou jovem e sou casado, acho um Absurdo como um médico tão conceituado, pode atribuir o aumento do caso de aids no brasil e no mundo ao PAPA, ou a igreja catolica, porque que ele não fala que nós jovens somos mal orientado quanto nossa conduta sexoal, em casa, na escola, e nos meios de comunicação estes os pióres, pelo poder de influencia que tem uma vez que pensam que a camisinha seria a salvação da pátria, quando na verdade é um desrespeito ao que o ser humano tem de mais valioso que é o dom de paraticar o ato sexoal, para gerar vida e fazer o outro(a) feliz por meio da entrega do carinho.
vejo o incentivo ao uso da camisinha, um problema dominó, que começa pervertendo os valores humanos nos rebaixando a pratica do sexo por impulso, como animais, depois gerando gravides indevida, esta leva a polêmica do aborto, este a polêmica da eutanâsia esta a polêmica do casamento homosexoal este a assassinatos brutais e por ai vai. Efim a única maneira de uma pessoa não ser infectado pelo virus HIV é ser fiel dentro do casamento , e no caso dos solteiros, viver a castidade, vejam bem não é facil, mas não é impossível paz de Cristo com todos !!!

MJ disse...

Meu caro amigo, é claro que a liberação da camisinha só induz as pessoas a cometer o ato sexual desordenado. E quando não tiver camisinha na hora voçê vai lá é, rsrsrsrs acho que sim viu!

O mundo tem 73% de cristãos católicos,(fora os cristãos protestantes) que concerteza não é o seu caso eu nen vou te perguntar, e Cristo pregou contra o sexo antes do casamento,a favor da castidade,portanto o PAPA fala em nome de todos os cristãos católicos.

Você que tapar o sol com a peneira????
Libera a camisinha....e indica o sexo, liberas a camisinha é induzir que o sexo com a mesma é bom........

Anônimo disse...

eu tambem quero fazer sexo com a aranha