segunda-feira, 1 de junho de 2009

Cientistas dão um passo a mais na criação de ratos falantes

Um novo estudo sugere que ratos podem carregar uma versão humanizada de um gene que acredita-se estar envolvido no discurso humano. Essa descoberta pode nos ensinar um pouco mais sobre como os humanos evoluíram à linguagem e a fala.

Ratos são muitas vezes usados para estudar as causas e e feitos de doenças humanas porque eles compartilham muitas similaridades genéticas conosco.

Wolfgang Enard, do Instituto para Antropologia Evolucionária Max-Planck, e seus colegas usaram essa similaridade genética para aprender sobre a evolução do discurso humano. Com esse estudo, temos as primeiras evidências de que ratos podem ser usado não apenas no estudo de doenças, mas também, sobre a nossa própria história.

Enard estuda as diferenças genéticas entre os humanos e seus parentes primatas. Por exemplo, humanos têm duas substituições de aminoácidos num gene chamado FOXP2 quando comparados com os chimpanzés. As mudanças neste gene se tornaram fixas depois da linhagem evolucionária dos humanos haver separado-se da dos chimpanzés. Estudos anteriores sugeriram que a versão humana dos genes foi selecionada pelos nossos ancestrais, possivelmente porque ele influenciou em importantes aspectos do discurso e da linguagem.

Os portadores da versão não-funcional do gene FOXP2 tem falhas no tempo dos movimentos faciais usados no discurso, o que sugere que as substituições dos aminoácidos contribuem para o controle motor dos músculos de movimento dos lábios, língua e laringe. As mudanças neste gene ocorreram no curso da evolução humana e são as melhores candidatas para mudanças genéticas que podem explicar porque podemos falar.

Os pesquisadores introduziram as substituições humanas no gene FOXP2 dos ratos, que é essencialmente o mesmo dos chimpanzés. Os ratos com o gene humano mostraram mudanças nos circuitos cerebrais que já estiveram previamente ligados ao discurso humano. Esses ratos também mostraram diferenças em vocalizações ultrassonicas que eles usam quando colocados fora do conforto do ninho de sua mãe.

Serão necessários mais estudos para determinar o efeito exato do gene em como ele pode estar relacionado às diferenças entre humanos em chimpanzés. Outro estudo, detalhado nesta semana no periódico Plos Biology, anunciou a sequenciação completa do genoma dos ratos e descobriu que há mais diferenças entre humanos e ratos do que se imaginava. Um quinto dos genes dos ratos são novas cópias que emergiram nos últimos noventa milhões de anos em que eles evoluíram, diz o estudo.

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