terça-feira, 22 de julho de 2008

Boquinha noturna


A síndrome da fome noturna foi descoberta em 1955 e vem sendo muito estudado nos últimos anos. Seus sintomas mais freqüentes são a fome noturna, com ingestão de mais de 50% das calorias consumidas durante todo o dia, no período entre 8 h da noite e 6 h da manhã, insônia inicial, anorexia matinal, alterações de humor, depressão, ansiedade e falta de energia.

Estudiosos acreditam que essa síndrome tende a ser desenca- deada pelo estresse e que seus sintomas devem diminuir quando o problema é aliviado. O endocrinologista Filippo Pedrinola, da Clínica Pedrinola e Rascovski, de São Paulo, explica que essa doença acomete 1,5% da população geral e está presente em 10% dos obesos e 27% dos portadores de obesidade mórbida. “As pessoas que sofrem desse mal costumam não tomar café da manhã e ficam várias horas sem comer após despertar. Consomem muitas calorias durante a noite, em vários episódios, e beliscam principalmente alimentos ricos em carboidratos refinados e gorduras (doces em geral, pizza, frituras etc.), que são altamente calóricos”, conta o especialista.

Os comedores noturnos sentem o impulso de comer, apesar de uma falta de fome percebida. Alimentos como macarrão e al- môndegas costumam ser devorados na própria panela. As pessoas afetadas também podem apresentar comportamentos estranhos e ingerir misturas um tanto diferentes como comida de gato. “Embora esse transtorno alimentar ainda seja pouco conhecido, os relatos de pacientes mostram que eles são capazes de levantar-se várias vezes durante a noite para atacar a geladeira. Acredite: há quem acorde até seis vezes”, revela a doutora em Psicologia Clínica Célia Horta, espe- cialista em Distúrbios Alimentares pela Universidade de São Paulo (USP). Segundo ela, à noite, quando tudo se acalma e há menos dis- tração, os compulsivos se encontram teoricamente mais vulneráveis. “É quando correm para a geladeira a fim de compensar suas frustrações”, resume.

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